Rumo – Equipa de acompanhamento
Quando o residente sai do ambiente protegido que é o Casulo, ele sai do espaço físico, mas o espaço de vinculação, que é ainda jovem, precisa de ser reforçado, a partir dos detalhes que são a essência de cada um.
O Casulo Abrigo trabalha com cada residente um caminho, um processo e um modo de vida. O trabalho e os resultados são intermináveis. Encontrar a âncora e a alavanca que torne esse processo uma caminhada contínua, requer uma mudança ativa dos impulsos e das atitudes quotidianos. Para todos, essa é uma mudança do medo, da insegurança, do desespero para o reencontro consigo próprio e para o estar em harmonia com o mundo.
Por isso, a “construção da vinculação” – espaço de afetos, de confiança, de segurança – que uns nunca experimentaram, outros perderam, é um dos propósitos em que se baseia a intervenção terapêutica junto dos residentes do Casulo Abrigo. Construção que não se compadece, contudo, com prazos, com metas estipuladas, com planos rígidos estipulados, porque tem que atender à individualidade de cada um, para que cada um, faça acontecer a sua afirmação individual, social, económica e espiritual.
Construção que não se compadece, contudo, com prazos, com metas estipuladas, com planos rígidos estipulados, porque tem que atender à individualidade de cada um, para que cada um, faça acontecer a sua afirmação individual, social, económica e espiritual.
Quando o residente sai do ambiente protegido que é o Casulo, ele sai do espaço físico, mas o espaço de vinculação, que é ainda jovem, precisa de ser reforçado, a partir dos detalhes que são a essência de cada um. Por isso o ex-residente retorna frequentemente à casa, porque sente necessidade de ser acompanhado no propósito de liberdade que (re)descobriu e que persegue o tempo todo, mas com muitas inseguranças. Com a presente candidatura a Methamorphys pretende criar uma equipa que ponha em marcha uma oportunidade, pedagógica e evolutiva, que complemente e afirme o seu sentido na missão terapêutica desenvolvida.
Acreditamos que a falta de teto e/ou habitação condigna é uma das principais causas da deterioração do Ser Humano, conduzindo-o à sua mais frágil situação – a de sem-abrigo.
A experiência de anos a intervir com esta população tem-nos revelado a importância de um acompanhamento ao longo do processo de autonomia.
Após uma intervenção inicial marcada por objetivos relacionados com a satisfação das necessidades básicas (alimentação, higiene, regulação de horários, sono/vigília, etc.), surge a necessidade de estabilizar outras dimensões (emocional, social e espiritual).
Pretende-se fazer este acompanhamento no contexto dos utentes (habitação própria), sendo os objetivos a alcançar a manutenção do equilíbrio e bem-estar alcançados.
Indivíduos na condição de sem-abrigo, que reúnam os seguintes requisitos, a contratualizar:
Sessões de psicoterapia individual por forma a garantir a manutenção da estabilidade emocional, prevenção de recaídas (se existirem problemas relacionados com dependências), motivação para a mudança, etc.
Dinamização de capacidades de gestão ao nível financeiro, doméstico, social e de inserção profissional e monitorização do acompanhamento por parte de outros profissionais (ex.: saúde, justiça, emprego).
Monitorização das competências individuais relacionadas com atividades de vida diárias (gestão doméstica) e com uma vida ativa e participativa na Comunidade.
Acreditamos na necessidade de romper com um ciclo de múltiplas e curtas intervenções sem continuidade que condenam o sucesso de autonomias duradouras.
