Princípios Filosóficos

A Associação tem como princípios filosóficos o que foi consagrado como os 12 pilares que sustentam a base filosófica da nossa atuação, cuja atividade e rumo devem ser baseados neles.

1º PILAR

Experimentar o conhecimento por detrás dos nossos sentidos.

Todos os Seres Humanos são um Universo, nele se encerra um Mundo de experiências e vivências.
Todos vemos o mundo de forma diferente.
Experimentar o conhecimento por detrás dos nossos sentidos, implica que cada um trabalhe o seu propósito de vida, descubra e compreenda em cada experiência o que o faz evoluir e que perceba que a experiência do outro não é necessariamente igual à nossa, nem menos ou mais importante do que a nossa.

2º PILAR

Experimentar o silêncio interior.

O silêncio é um processo, não um som.
É algo pelo qual nos devemos esforçar por compreender. O silêncio permite que a nossa consciência se expanda de modo a que nos possamos ver a nós próprios com um pouco mais de clareza.
Para crescermos não devemos recear o silêncio, tanto mais é através dele que seremos capazes de compreender as nossas estruturas mentais e físicas que nos levam à mudança e evolução interior.
Se encararmos o silêncio como sendo apenas a ausência de ruido, ele pode ser avassalador, se o sentirmos como o encontro com o nosso eu interior, ele torna-se enriquecedor e construtivo.
À semelhança do que acontece com a maioria das coisas na nossa vida, o silêncio deve ser experimentado para poder ser compreendido.
A maioria de nós tem muito pouco silêncio nas nossas vidas, porque a nossa mente está demasiadamente ocupada a tratar com determinação os assuntos do quotidiano, dos planos para o futuro, das frustrações do passado, da imagem que passamos aos outros e que julgamos ser a mais socialmente correta no grupo que nos recebe e da realização material.
Ao descobrimos o silêncio interior, o mais certo é a nossa vida mudar radicalmente.
Iremos querer algo diferente, algo que nos preencha como seres humanos. Iremos compreender principalmente que nada mais faz mais sentido do que vivermos saudáveis e felizes, plenamente realizados e equilibrados, em que cada dia que vivemos vivemo-lo com paixão e determinação.
Com este silêncio colheremos benefícios. As nossas capacidades mentais ficarão mais estruturadas e abrangentes.
Um silêncio interior que nos permita ao longo da nossa vida compreender as origens das nossas emoções e como elas podem influenciar a nossa vida física e emocional, inspira-nos a tratar a nossa personalidade emocional com mais respeito.

3º PILAR

Aprender a ouvir.

Ouvir e escutar são atividades diferentes.
Ouvir é algo instintivo, um processo da consciência ativa que permite que cada um de nós compreenda o mundo à nossa volta e aquilo que estamos a ouvir. O ouvir vem da mente do quotidiano.
Escutar é a capacidade por meio da qual nos podemos tornar naquilo que estamos a escutar e conhecer a sua essência.
Escutar vai além do mero uso dos ouvidos. Todos os outros sentidos entram também em ligação e ficam envolvidos no processo de escutar.
É através da capacidade de escutar que adquirimos a capacidade de nos transformarmos.

4º PILAR

Compreender a natureza do livre-arbítrio e a interligação entre todas as coisas.

O livre-arbítrio tem início enquanto produto da ignorância, mas pode tornar-se um instrumento dos sábios.
O livre-arbítrio tem origem porque muitas vezes agimos na ignorância e fazemos algo sem perceber ou conhecer as suas consequências.
À medida que tornamos consciência das interações entre o pensamento, as ações e os acontecimentos, a nossa vontade torna-se livre de uma outra forma, porque passa a estar mais informada.
Neste ponto nós conhecemos as nossas responsabilidades para com as outras criaturas vivas e para com os nossos semelhantes.
Então cabe-nos decidir viver conforme o que escolhemos.
Existe uma interligação entre todas as coisas, todas as nossas escolhas terão um reflexo exterior e um retorno interior.

5º PILAR

Aceitar que a consciência está em tudo e em todos.

A partir dos nossos pequenos mundos, olhamos para fora e julgamos os outros, mas muitas vezes, na nossa pressa de os avaliarmos, somos enganados pelas aparências.
Vemos a concha externa, mas escapa-nos a beleza interior que existe dentro de cada um de nós e de todas as coisas.
Cada Ser Humano é um templo, um templo que exige respeito para que se possa entrar no seu interior.
Todos devemos respeitar e fazer respeitar, o templo dos outros e o nosso próprio templo.

6º PILAR

Comportamento.

Um dos aspetos principais do comportamento é o discurso e os pensamentos que estão por detrás dele.
Os pensamentos associados a um discurso negativo diminuem a vitalidade e consequentemente, diminuem-nos a nós próprios.
Ao reagir de um modo pouco afetuoso para com as pessoas, estamos a transferir para elas as nossas próprias dificuldades. Ao aprendermos como funciona a nossa mente e de que forma reage numa base diária, aprendemos a não magoar o nosso próprio estado físico e emocional, bem como o bem-estar físico e emocional dos outros.
A vitalidade tem a sua personalidade que procura expandir-se e fundir-se com todas as coisas. Embora possa não ser percetível para nós, é este impulso que nos impele a procurar a comunicação uns com os outros, a sermos criativos, a atingirmos patamares mais elevados da inteligência humana.

7º PILAR

TRABALHO E CARREIRA.

O trabalho é qualquer atividade que impele as pessoas a comunicar umas com as outras, que implica produtividade, criatividade e realização, consequentemente corresponde a uma boa parte da nossa vida.
O trabalho e a carreira implicam sempre uma troca de vitalidade entre uns e outros. Esta experiência resulta inevitavelmente e reflete o resultado final do trabalho e da nossa relação com ele.
Quando experimentamos uma sensação de cansaço, fadiga e de perda de vitalidade no nosso trabalho, tal não advém da atividade que desempenhamos, mas da forma como reagimos a ela, bem como do modo como comunicamos com os outros e de como eles comunicam connosco.
É necessário aprender a reconhecer quando alguém está a abusar da nossa vitalidade quer tal aconteça de um modo consciente ou inconsciente.
De modo inverso, quando a nossa vitalidade é maior que a vitalidade do resto do grupo que nos acompanha, é bom refletir se não seremos nós que estamos a abusar da vitalidade dos outros.
Temos que ter sempre presente que as organizações, os locais de trabalho e a nossa própria carreira, têm a sua própria força vital, se não nos sentirmos bem com o que fazemos, se o trabalho ou a nossa carreira, estão a tornar-se um peso na nossa vida, devemos rever a nossa escolha, criar um novo caminho para que a nossa vitalidade não fique enfraquecida e condicione a nossa própria felicidade.

8º PILAR

O nosso Mundo Interior e as nossas necessidades espirituais.

O nosso mundo interior é um local de segredos, sonhos, expetativas, aspirações, fantasias, planos, iras, desejos, amor, esperança e desejo de uma vida feliz.
Este Mundo interior pode ser transformado por nós num lugar sagrado e sereno, ou num lugar tumultuado.
É neste mundo que a vitalidade se expande e floresce, porque é aqui que criamos a nossa identidade mais profunda, através dos nossos desejos.
O nosso mundo interior define o modo como nos relacionamos com o mundo que nos rodeia.
Se não dispusermos de um mundo interior que funcione de uma forma integrada não estaremos a usufruir de uma vida, mas simplesmente de uma experiência de vida com dúvidas, infelicidade, impotência, necessidade de controlo e essencialmente construída à volta do nosso próprio ego, onde em tudo o que nos rodeia nós somos o centro em vez do centro ser tudo o que nos rodeia para que nos permita evoluir e crescer como Homens e Mulheres estruturados e equilibrados.
As nossas necessidades espirituais inserem-se em três grupos básicos:

  1. A necessidade de uma realidade de pertença, segurança e harmonia;
  2. A necessidade de uma realidade de felicidade, beleza e realização;
  3. A necessidade de uma realidade de continuidade, sabedoria e amor incondicional.

Neste novo milénio, as pessoas têm necessidades, não crenças.
Porque este novo século vai marcar um padrão para os séculos vindouros, as pessoas estão e vão continuar a estar sob uma crescente pressão psíquica. É através da realização das necessidades espirituais que esta pressão pode ser libertada. A vitalidade que daí advém é a âncora para todos os nossos pilares.
A vitalidade da necessidade espiritual une todas as criaturas vivas numa herança comum de vida e de viver. Quando a cultivamos através do autoconhecimento tornamo-nos mais humanos, isto é, passamos a estar ligados à divindade que existe na experiência diária do ato de viver. Ao conhecermos a beleza que sustenta as funções da vida de todos os dias, descobrimos que acontecimentos e situações triviais encerram em si mesmas a chave para experimentarmos a nossa beleza e perfeição espirituais.
Na procura do autoconhecimento, a maior aventura que qualquer um de nós pode viver, é a viagem interior. Não é necessário olharmos para fora da nossa vida para descobrimos verdades maiores, pois cada dia da nossa vida é um imenso estado de graça, que contém lições sobre a nossa verdadeira natureza. O desenvolvimento espiritual é exatamente como viver e como o ato de morrer, ninguém nos pode preparar para o processo, aprendemos à medida que vamos caminhando. Tudo aquilo de que precisamos é da coragem para começar.
A única coisa que necessitamos para a nossa viagem espiritual é a qualidade da aceitação. Esta é a maior ferramenta de sobrevivência que podemos ter, um canivete suíço espiritual, porque ela ensina-nos a adaptabilidade, a paciência e o bom humor. Estas três qualidades tornam a nossa vida agradável, dão-nos perspetivas em todas as nossas experiências, e ajudam-nos a aceder e a estimar a nossa vitalidade.

9º PILAR

Generosidade e Compaixão.

A generosidade e compaixão são as duas estruturas da vida que a mantêm inteira. São os alicerces de todas as coisas boas. Sem elas a nossa vida não tem qualquer vitalidade.
A generosidade não é apenas o ato ou a atitude mental da dádiva, é também uma forma de vida que gera abundância para todos.
A generosidade dá vida.
A compaixão, por seu lado, é fazedora de vida. É um estado de consciência transformadora que inspira uma nova vida a todos os seres vivos que se consideram derrotados pelos acontecimentos que ocorrem nas suas vidas.
A compaixão é a base e a identidade da humanidade. Ao mostrarmo-nos compassivos o melhor que podemos e sabemos, estamos a tornar-nos mais evoluídos e mais integrados. Esta forma de estar gera uma sabedoria duradora, cuja natureza é a generosidade de espirito, que por sua vez, transforma-se em felicidade.

10º PILAR

Felicidade.

Existe de facto uma felicidade profunda, se nos empenharmos em cultivá-la.
Tal como as plantações de alimentos, também o estado de felicidade interior deve ser plantado desde a semente, cultivá-la e colhê-la para que seja usada numa criação com utilidade.
Ser feliz não é sinónimo de viver um estado de permanente realização. A felicidade profunda implica no seu cultivo a aceitação e a gestão dos momentos de infelicidade, de frustração e fracasso. Tal como algumas ervas daninhas, se não cuidarmos o nosso cultivo, elas expandem-se como uma praga abafando as nossas sementes boas. Mas também são importantes no processo, elas protegem a colheita das pragas e trazem riqueza às terras.
Construir a felicidade profunda implica viver, compor, recriar e tirar sempre lições e aprendizagem de tudo o que achamos que de menos bom nos acontece.

11º PILAR

Partilhar, Dar e Receber.

Estas três atividades podem determinar o resultado da nossa própria humanidade pessoal. No entanto, tendemos a esquecer-nos delas enquanto formas de comunicação, porque elas acontecem a cada minuto da nossa vida diária.
O Partilhar, o Dar e o Receber, determinam a nossa capacidade para nos compreendermos a nós mesmos.
Partilhar faz-nos tomar consciência de uma forma ajustada de que somos todos responsáveis pelo que temos e possuímos e de que os recursos (grandes ou pequenos) devem ser usufruídos mas também respeitados, prontos a serem transmitidos a outras pessoas que zelem por eles.
Ser capaz de receber implica estar num estado de humildade no qual podemos aceitar o individuo que dá à nossa consciência. Temos igualmente de ser capazes de distinguir quando isso nos é benéfico e quando não é aconselhável.

12º PILAR

Dirigir e Gerir Relações.

Este é para nós uma pedra angular, será nesta pedra que todos os outros pilares encontraram reflexo.
A nossa vitalidade, a nosso desenvolvimento humano, a nossa metamorfose, terá neste alicerce o seu laboratório.
Será no dia-a-dia da nossa vida que experimentaremos o conhecimento por de trás dos nossos sentidos, viveremos e cultivaremos o silêncio interior, aprenderemos a ouvir, compreenderemos a natureza do livre-arbítrio e a interligação de todas as coisas, aceitaremos que a consciência está em tudo e em todos, cuidaremos o nosso comportamento, geriremos o nosso trabalho e a nossa carreira, trabalharemos o nosso mundo interior, cultivaremos a nossa generosidade e compaixão, cimentaremos a nossa felicidade e aprenderemos a partilhar e a receber.
Ao percebermos a natureza destes pilares e ao evoluirmos sobre eles a nossa relação com os outros refletirá a nossa relação connosco e com o mundo.