Pretende-se avançar com uma resposta que se apresenta necessária e urgente no Distrito, que seja flexível e capaz de responder a um público já expressivo. Um serviço com baixa exigência de custos e com potencial para ser multiplicado e capaz de se adequar a necessidades emergentes e/ou necessidades que ainda se não adivinham. Novas necessidades poderão, por isso, vir a ditar a sua recriação. Propõe-se, por isso, uma resposta inovadora, pelo seu conceito e modelo de atuação.
Começar um negócio pode ser difícil para muitas pessoas. Consolidá-lo e fazê-lo prosperar, é algo ainda mais difícil e desafiador.
Quando pensamos numa incubadora empresarial, pensamos num conceito já implementado e com sucesso comprovado, que consiste e tem por objetivo principal abrigar no mesmo espaço, várias microempresas, atividades que giram rendimento e negócios, proporcionando aos indivíduos condições materiais e um ambiente propício para desenvolverem o início de uma atividade com confiança e sustentabilidade. O objetivo é garantir maior sucesso no seu crescimento, permitindo assim o seu incremento acompanhado e de mais rápida solidificação.
Por analogia com a incubadora empresarial, a incubadora social tem como propósito criar um “espaço facilitador” e promotor da vitalidade e capacidade de realização de quem pretende empreender e desenvolver uma atividade para usufruir de uma autonomia financeira.
Acreditamos que a falta de teto e/ou habitação condigna é uma das principais causas da deterioração do Ser Humano, conduzindo-o à sua mais frágil condição – a de Sem-abrigo. Por esse motivo, a Incubadora Social (I.S.), a implementar no distrito de Viana do Castelo, destina-se ao acolhimento de pessoas na condição de sem-abrigo e refugiados.
O acolhimento, com cariz de urgência e transitoriedade (até 12 meses), apostará no compromisso inicial dos indivíduos para empreenderem um novo projeto de vida, num percurso em que a equipa técnica assumirá um papel de facilitador e de assessoria.
Na presente proposta o utente poderá usufruir de:
Apostar-se-á no apoio a projetos e atividades, facilitando o acesso a uma rede empresarial/institucional, onde parcerias e oportunidades estimulem o empreendedor a realizar o seu projeto.
A Equipa Técnica proporcionará acompanhamento personalizado por forma a avaliar os recursos/dificuldades de cada indivíduo e promover a capacitação e eficácia na resolução de problemas ao longo do seu percurso.
Na Incubadora Social acredita-se que um ambiente de partilha e responsabilização entre os pares poderá gerar o suporte emocional e afetivo essencial na construção de uma nova realidade.
A estadia na I.S. visa o estabelecimento de uma rede de suporte durante a fase de preparação para a autonomização, nomeadamente através da figura do gestor de caso e do sentimento de pertença vivenciado no grupo, promovendo uma constante motivação de cada individuo mediando a gestão de conflitos.
Orientados pela equipa técnica, os residentes são convidados a realizar a gestão da casa (higiene da casa, confeção de refeições, tratamento de roupas pessoais e da casa, aquisição de bens alimentares e outros produtos, etc.).
No processo de autonomização do utente, poderá ser proposto (se esta for a sua vontade do utente), um novo contrato de serviços de Follow Up, (pós-Incubadora), que implicará o trabalho conjunto com um psicólogo e um gestor financeiro.
Indivíduos na condição de sem-abrigo sem psicopatologia grave, que reúnam os seguintes requisitos, a contratualizar à entrada:
A Methamorphys, na sequência da sua experiência de vários anos com a população na condição de sem-abrigo está consciente de que a maioria dos utentes demonstra dificuldade em acreditar na capacidade de construir um novo projeto de vida.
Acreditamos que o caminho deve ser percorrido por estádios desafiando o utente a ter um papel ativo no processo que se pretende de aceitação e descoberta. Assentamos a nossa intervenção no Modelo Transteórico de Mudança Comportamental de Prochaska e DiClemente (1984).
Esta metodologia passa por estágios, e são eles:
Sucintamente o estágio de Pré-contemplação passa pelo utente, apesar de não estar consciente do seu problema nem da necessidade de uma mudança, ser confrontado com o sofrimento inerente à sua condição bem como com o conforto de uma casa, alimentação e saúde.
A Ação é o estágio no qual o utente se envolve totalmente nas ações de mudança, traduzidas na persecução de objetivos específicos elaborados em conjunto com a equipa técnica.
No estágio de Contemplação e após a tomada de consciência por parte do utente do seu problema, o mesmo é confrontado com as vantagens e desvantagens da mudança de comportamentos.
No terceiro estágio, a “Preparação” do Utente, envolvê-lo-á como o principal sujeito na transformação desejada, fruto da consolidação da própria decisão de mudança.
A Manutenção será o estágio onde o desafio de manter os resultados obtidos, se torna o foco principal. É neste estágio que se consolida a rede de relações tão importantes enquanto suporte emocional.
A intervenção passa por avaliar o percurso do utente, perceber pontos fortes e áreas de dificuldade e facilitar o processamento de informação que conduza a uma tomada de decisão informada e consciente.
Pretende-se privilegiar uma abordagem holística, em que se exploram características pessoais, interesses, motivações e necessidades.
Compreende um conjunto de etapas, tais como:
Tomada de consciência sobre impacto da experiência de estar na condição de sem-abrigo e reconstrução de uma nova narrativa pessoal.
Promoção da inserção laboral dos utentes com perfil e/ou indicadores de empregabilidade bem como a frequência de cursos de formação/capacitação profissional.
Inclusão do utente em atividades de desporto/lazer em função de avaliação individual.
Auscultação de expetativas pessoais, motivações e competências para construção de novo projeto vida.
Estímulo à reflexão sobre: “o que gostas de fazer”, “o que sabes fazer”, “o que aprendes com maior facilidade”,
A habitação com a capacidade entre os 6 e os 10 indivíduos do sexo masculino.
(É nossa expectativa que num futuro muito próximo venha a ser proposta uma Incubadora Social para o sexo feminino, bem como prestações de serviços em casas adaptadas a famílias de refugiados)
Dado que o processo de reabilitação se configura como complexo pretende-se promover a cooperação intersectorial mediante a organização de uma rede heterogénea da qual integram entidades da saúde mental, da área social (Segurança Social, emprego, etc.), do ensino superior, entre outras.
Organiza-se assim, de forma consolidada e lógica, um trabalho entre parceiros já existentes, que sendo de setores heterogéneos, se identificam com os objetivos e a tipologia de atuação. Parceria que funcionará enquanto “ator coletivo” para a Incubadora Social.
Nesse sentido, da rede de parceiros fazem parte:
Sendo a Incubadora Social um alojamento diferenciador, para reforço das estruturas de existentes, apresentamos a presente resposta, com um caráter inovador duplo: